quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A EDUCAÇÃO DO JOVEM EM PLATÃO

(A FORMAÇÃO DOS GUERREIROS/GUARDIÃES, CIDADÃOS DA REPÚBLICA DE PLATÃO)

Peço a Deus que me oriente
e que pegue em minha mão
para que eu possa fazer,
com amor no coração,
um trabalho responsável
na República de Platão.

Dando uma lida geral,
o meu olhar chega brilha
analisando os Diálogos.
- Oh, meu Deus, que maravilha!
E aí passo a escrever
o que na mente fervilha.

Escolho um tema ao qual possa
discorrer mais facilmente
pois uma cabeça velha,
esclerosada, doente,
já não pode se arvorar
a pensar fluentemente.

E o tema trabalhado
será a educação
que deverá ter o jovem,
segundo o sábio Platão,
para que ele venha a ser
um completo cidadão.

COMO DEVEM SER EDUCADAS AS AS CRIANÇAS DA REPÚBLICA

No Livro Dois da República
tem início a discussão
em diálogos, que aponta
qual seria a educação
que uma criança teria
para tornar-se, um dia,
um perfeito guardião.

Nossas crianças queridas
não devem ser enganadas
por mentiras descabidas
pelos poetas criadas
pois, verdinhas como estão,
elas absorverão
as criações malfadadas.

E devem ser educadas
crendo num Deus de Bondade
que não engana seus filhos
pois é, em Si, a Verdade,
a Justiça, a Bonança,
o Amor, a Paz, a Constância,
onde não há veleidade.

E sendo um deus de bondade
não pode ser causador
de tudo, mas só do Bem
já que em Deus só há amor.
O mal, de outra fonte vem.
Uma outra causa tem.
Não foi Deus quem a gerou.

E que elas creiam na justiça
onde o mal será, enfim,
sempre pelo bem vencido.
E que tenha como fim,
sempre, a verdade falar
e nela se apoiar,
pois a mentira é ruim.


COMO SERÁ O GUARDIÃO DA REPÚBLICA

O guerreiro da República
de Platão, o guardião,
Por ser bom, naturalmente,
Será filósofo, então,
colérico, ágil e forte,
pois praticará esporte
tendo, assim, um corpo são.

O corpo será formado
pela ginástica constante,
e a alma pelas músicas
e as fábulas, não obstante,
as fábulas terão que ser
de forma a fazer crescer
o amor ao semelhante.


A FUNÇÃO DAS MÃES E DAS AMAS

As mães e as amas têm
que muito bem trabalhar
as almas dos seus pequenos
pois lhes cabe educar
as crianças para o bem
com fábulas onde ninguém
que faça mal vencerá.


DEUS, CRIADOR TÃO SOMENTE DO BEM, É IMUTÁVEL E É LEAL

Como já foi dito, é lei
na República de Platão,
Qualquer que seja o discurso:
público, ou composição
poética, não se dirá
que só a Deus caberá
o mal e o bem então.

Tão só o bem cabe a Deus
pois ele é bondade pura.
Não é um deus enganador.
Não engana as criaturas.
Imutável, bom e belo.
O mais puro. O mais singelo.
E à mentira esconjura.

Sendo assim, Deus abomina
a mentira, seja qual for.
Porém em algumas fábulas,
onde ela faz louvor
ao bem, ao belo, ao bom,
a coisa muda de tom
pois representa o amor:

O amor que eleva a alma;
o amor que faz crescer;
o amor que faz o homem
sua pátria defender.
O amor que levará
o guardião a saber,
com calma, a hora certa
para lutar e vencer.


OS GUARDIÃES HONRARÃO OS DEUSES E SEUS PAIS, VALORIZARÃO A AMIZADE E A CONCÓRDIA, NÃO TEMERÃO A MORTE


Os guardiães da cidade
da República, deverão,
desde a mais tenra idade,
ter na sua educação:
aos deuses e aos seus pais
têm que honrar por demais
como bons filhos que são.

E devem valorizar,
tendo o apreço devido,
a amizade e a concórdia.
E isso tudo faz sentido!
Pois não há coisa mais bela
que a vivência sem querelas
de um povo sempre unido.

Mas, se são homens corajosos
que se deseja formar,
homens que não temam a morte
ao com ela se deparar,
deverão ser educados
pra não serem derrotados
quando o inimigo enfrentar.

E também que sejam homens
que não abriguem o temor
da existência do inferno
com seu fogo abrasador,
fazendo-se que tais lendas
ou fábulas, eles as entenda
como histórias sem valor.

Já que essas narrativas
são falsas, não verdadeiras,
e inspiram a desconfiança
da nobre classe guerreira.
E Homero que me perdoe!
Diz Sócrates. boa parte foi
do que ele disse, asneira.

Não é que a poesia
na sua escrita faleça
nem que os nossos ouvidos
de ouvi-las não agradeça,
mas, é que, no seu teor,
da morte transmite horror
e faz que o homem esmoreça.

E na República, os guerreiros,
como sábios que serão,
não devem considerar
que a morte de um irmão,
de outro sábio, de um amigo,
seja um mal; seja um castigo;
ou mereça lamentação.

Os lamentos e as queixas
só às mulheres vão caber.
E só às mulheres frágeis!
E aos afeminados, que,
sempre sensíveis demais,
não conseguirão jamais
a cidade defender.

OS DEUSES E HERÓIS DAS FÁBULAS DEVERÃO SER EMOCIONALMENTE EQUILIBRADOS, BELOS, BONS E NUNCA MENTIREM

As histórias inventadas,
criadas – as ficções,
deverão ter seus heróis,
os deuses, com as emoções
muito bem equilibradas
e jamais descontroladas.
E serem belos e bons.

Pois que o jovem guerreiro
que está sendo preparado
pra defender a cidade,
terá que ser educado
de forma a não se exceder
no choro ou no riso, que
demonstra um íntimo agitado.

A Deus não cabe mentiras.
E estas só poderão
serem tidas como úteis
em alguma ocasião,
se usadas para curar
alguém ou para enganar
inimigos da Nação.

Portanto, só aos médicos
é que deve ser confiada
a mentira como remédio.
E aos demais será vedada.
A não ser que, como tal,
ao povo – ao social,
como um bem seja aplicada.

E quem quer que venha a mentir
diante de um magistrado,
este deverá puni-lo
por introduzir no Estado,
como num navio, o mal
que poderá, afinal,
deixá-lo, então, afundado.


TEMPERANÇA:FATOR PRIMORDIAL NA EDUCAÇÃO DO JOVEM DA REPÚBLICA

A temperança, em Platão,
é fator primordial
na educação do jovem
que tem como principal
função guardar a cidade
dos ataques e da maldade
do inimigo mortal.

Terão, pois, que receber,
com toda a submissão,
as ordens dos governantes
e ter controle de emoção.
E, ainda, se conter
no comer e no beber,
de forma a estar sempre são.


DEUSES E REIS NÃO SÃO COMPRADOS COM PRESENTES E NÃO PAGAM O BEM COM O MAL

Jamais se deve incutir
na alma de um jovem que
ele ofereça presentes
para favor obter.
E nem que faça favores
ou elogie com louvores
pra presentes receber.

Também não se deve dar
a entender que um deus
tenha pago como o mal
um bem que lhe ofereceu
alguém que dele queria
algo que ele poderia
dar-lhe, mas ele não deu.

Um deus jamais pode ser
mostrado como o terror:
O que se vinga; o que mata;
um mau; um torturador.
Aquele que, por vingança,
rouba e mata uma criança
que ele mesmo gerou.

NA REPÚBLICA DE PLATÃO NÃO SERÁ PERMITIDO QUE DEUSES E HERÓIS SEJAM APRESENTADOS AOS JOVENS, ATRAVÉS DOS POETAS, COMO CAPAZES DE ATOS INFAMANTES E CRUÉIS

Na República de Platão
jamais será permitido
que um deus ou um herói
seja falado e tido,
por seus poderes, capaz
de maltratar os demais.
Isto não é concebido.

As falsas acusações
que os poetas faziam
aos deuses e seus filhos,
forçosamente, teriam,
de acordo com Platão,
de voltarem atrás e, então,
elogios lhes fariam.

Pois que, os discursos falsos,
que pecam contra a verdade
e contra a religião,
onde um deus faz maldades,
só iriam incentivar
aos jovens a praticar
atos de perversidade.


NO QUE SE REFERE AO HOMEM, OS VALORES SÃO TROCADOS

Depois de deuses, heróis,
infernos, genialidades,
os poetas quando falam
do homem, em realidade,
os valores são trocados:
os maus são abençoados
e os bons sofrem de verdade.

Os maldosos são felizes;
os bondosos não tem dita.
A injustiça é proveitosa
se dissimulada fica.
A justiça é, para todos,
útil, porém um engodo.
Um mal para quem pratica.

E pensando no perigo
que isso pode acarretar
à educação dos jovens,
Sócrates, então, deixará
o assunto e, em seguida,
de matéria e forma, escolhida
pro discurso, falará.


DEPENDENDO DO ASSUNTO, QUAL SERIA A MELHOR FORMA DE TRATÁ-LO?

Dependendo da matéria
se examinará a forma
onde se escolherá,
seguindo, é certo, uma norma,
o assunto a ser tratado
e que aos jovens será levado.
E a discussão retorna.

Discute-se se a Comédia
e a Tragédia poderão
serem aceitas no Estado
da República de Platão,
e se os seus defensores
devem, ou não, ser “doutores”
na arte da imitação.

NÃO SE PODE A UM SÓ TEMPO SER RAPSODO E ATOR

Para se fazer bem feita
qualquer que seja a ação,
o homem tem que, a ela,
dá total dedicação.
Quando se tenta imitar
mais de uma coisa, será,
no fim, uma negação.

Os guerreiros da cidade,
que são os seus guardiães,
não poderão dedicar-se
a diversas profissões,
só poderão dedicar-se
às coisas que vão ligar-se
ao seu labor, sem senões.

Só a defesa do Estado
é que vai lhe interessar.
E se, por acaso, houver
algo para imitar,
que seja algo que venha
torná-lo melhor, que tenha
algo que o possa elevar.

Não fazer nada que possa
um dia se envergonhar,
nem mesmo imitando alguém.
A não ser se precisar.
E de uma forma bem singela
e que não cause querela
com a pessoa que imitar.

Pois, na cidade sonhada,
o plano de educação
do guerreiro, que será
da República o guardião,
terá que seguir as regras
escrupulosas que negam,
em geral, a imitação.

Já falou-se dos discursos
e das fábulas que comporão
o plano de ensino que
prepara o guardião,
onde a música será
de importância sem par
no que tange a educação.

Agora chegou a vez
de falar da melodia,
que traz consigo – em seu bojo:
as palavras, a harmonia,
o número e, que tentará
sua influência mostrar
no tocante à sabedoria.


AS HARMONIAS QUE SERÃO, OU NÃO, ACEITAS NA EDUCAÇÃO DO JOVEM

A lídia mista, a aguda,
e algumas que se assemelham
a elas, são lamentosas.
E tais harmonias espelham
a embriaguez, a moleza,
a preguiça, e, com certeza,
ouvi-las não se aconselham.

A jônica e a lídia, laxas,
que, dizem, são afeminadas,
e que são tocadas em festas,
essas serão descartadas,
pois, ao guerreiro – ao guardião
da República de Platão,
não vai ajudar em nada.

Restam a dórica e a frígia:
a primeira a representar
a coragem do guerreiro
sempre pronto pra lutar,
e a outra, representando
a sabedoria, quando
de sorte boa ou má.

São, pois, a dórica e a frígia
as harmonias que irão
ser reservadas e usadas
na República de Platão
para educar o guerreiro,
o futuro e verdadeiro
filósofo – o guardião.

E para a cidade, a lira
e o alaúde estarão,
como para o campo, o pífano,
que os pastores tocarão,
sem grande variedade
como deve, na verdade,
ser a educação do varão.


NO QUE DIZ RESPEITO AO RITMO

Tal qual se fez com a harmonia,
no ritmo se evitarão
o variar das cadências
e a multiplicação
destas, e se buscará
ritmos que irão expressar
um caráter bom e são.

Aí, fala-se da graça
ou a falta dela, então,
que, afinal, vai depender,
somente, da perfeição
ou imperfeição do ritmo:
Se este é perfeito, é bonito!
Se for imperfeito, não.

Mas, o número e a harmonia,
em sendo belos, serão
seguidores, com certeza,
da beleza da locução.
Assim como palavras feias
enredam em sua cadeia
ritmo e harmonia, então.

É que os ritmos foram feitos,
tanto quanto a harmonia,
para as palavras, e não estas
para aqueles se faria.
Mas, terão que acomodar-se
ao discurso. Encaixar-se.
Isto é mesmo primazia.


A BELEZA DAS PALAVRAS, A GRAÇA, O RITMO E A HARMONIA, SÃO MANIFESTAÇÕES DA BELEZA DE UMA ALMA VERDADEIRAMENTE SÁBIA

A beleza das palavras
com uma bela dicção,
a harmonia e a graça,
manifestações serão
da bondade da própria alma
que, mansa, bondosa e calma,
dirige, do homem, a ação.

E todas as qualidades
acima mencionadas
deverão ser, pelo jovem
guerreiro, sempre buscadas
para que possa, assim,
bem realizar, enfim,
a tarefa a si confiada.

Assim, também com a pintura
o mesmo acontecerá;
com as belas-artes, com a arte
de tecer, com a de bordar;
com a arte da mecânica;
com a produção das plantas;
com a arte de edificar.

A graça ou a deformidade
que numa obra aparece
valoriza ou diminui,
enriquece ou empobrece;
mostra saber e bondade
ou desprazer e maldade.
Enaltece ou desmerece.

DEVEMOS SER VIGILANTES NO QUE SE REFERE A EDUCAÇÃO DOS NOSSOS JOVENS

Não basta que se vigie
os poetas, que deverão
escrever só coisas boas
para uma boa educação,
porém buscar evitar
maus artistas espalhar
trabalhos de imitação.

De imitação viciosa
que nada de bom trará,
nutrindo as almas sensíveis
com vícios que irão provocar
o desvio da beleza,
da bondade, da nobreza,
e do Bem a afastará.

Deve-se buscar artistas
de mérito, que têm por Dom
seguir os traços do belo
e nobre, e do bom som,
para que os jovens, assim,
fiquem longe do que é ruim
e gostem sempre do que é bom.

E decerto que a música
é a parte fundamental
da educação, pois se sabe
que a cadência, é real,
e a harmonia se insinuam
na alma e, nela, atuam,
dando-lhe a graça ideal.

Mesmo porque, quando ao jovem
se educa de forma certa
na música, isso faz que ele
tenha sempre a mente alerta:
percebendo com agudeza
o que há na Natureza
e na arte de incorreta.

Sente aversão pelo feio,
imperfeito e vicioso.
Ao contrário, o que é belo
sua alma enche de gozo.
E, em transe, se estasia:
repleto de alegria,
honrado e virtuoso.

Tudo isso desde cedo.
Desde a mais tenra idade.
Antes que a razão ilumine
sua mente, na verdade,
a qual apenas chegada
será por ele abraçada,
pois tem com a música amizade.

O mesmo ocorre com as letras
que, para sermos letrados,
teremos que conhece-las
de frente, atrás e dos lados,
o que quer que elas formem:
frases curtas ou enormes,
termos, todas, dominado.

Porque se não conhecemos
as letras, como saber
quando virmos sua imagem,
o que elas querem dizer?
Pois tudo é objeto
de estudo, e isto é certo,
da arte de aprender.

E se não formos capazes
de conhecer cada um
dos vícios e das virtudes
e não distingüir nenhum
como coisa boa ou má,
como aos jovens formar?
Não teremos guerreiro algum.

UM HOMEM DE ALMA E CORPO QUE COEXISTEM EM PERFEITA HARMONIA, É UM ESPETÁCULO DE RARA BELEZA

Um homem igualmente belo
de corpo e alma, seria
o mais belo espetáculo
que alguém contemplaria:
Um homem com qualidades
coexistindo, em verdade,
em perfeita harmonia.

E o músico amará,
de todo o seu coração,
os homens que se encaixe
nesta harmônica perfeição:
com um amor racional,
de beleza pura e leal,
sem o fogo da paixão.

Assim, na República, a lei
expressará que o amor
do amante para o amado,
seja esse amado quem for,
não poderá se exceder
com mostrações de prazer
que tem como troco a dor.

A lei terá que expressar
que as mostras de ternura
terão que ter em seu bojo
uma natureza pura
como de um pai para um filho,
sem se desviar dos trilhos
de lealdade e candura.

E o guerreiro não deve
jamais deixar que alguém veja,
em seus gestos, que é um homem
que, com grande ardor, deseja,
se não quiser ser passado
por um homem mal educado
que não sabe o que é beleza.

E a música deve ser,
para um homem que tem amor
ao que é belo – ao perfeito,
como algo que Deus deixou
para elevar-lhe a alma.
Pois a boa música acalma
e ajuda esquecer a dor.

Depois da música, a ginástica
é fator essencial
para a educação do jovem,
que terá que, afinal,
ter um corpo preparado,
muito bem exercitado
de uma forma geral.

E começará logo cedo,
na infância, e, toda a vida
terá que está sempre em forma,
como lhe é requerida.
E a alma, preparada,
é quem, dele, tem a guarda.
E o faz da forma devida.

Aos guerreiros, proibido
será a embriaguez.
Pois um defensor do Estado
não deve andar, isso é lei,
por aí embriagado,
tonto, tombando, abobado,
ou coisa deste jaez.

Seria mesmo ridículo
vê-se um guarda precisar
de alguém que o guardasse
por embriagado estar.
Isso é o pensar de Platão.
Pois a nossa educação
deixa muito a desejar.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Conversa entre David Hume e o seu secreto amante, Jean Jacques Rousseau:

Rousseau: “Tens a certeza que queres levar com ele, meu caro?”
Hume: “Que interessa? Como solipsista que sou, levar com o teu membro ou bater uma pívea vai dar ao mesmo!...
Rousseau: “Mas... e os teus princípios de moral? Até escreveste um ensaio...
Hume:
“Que se foda o ensaio! De qualquer modo a ética nunca
encaixou muito com os meus ideais empiristas... e lembra-te, Jack, eu
sou ateu!
Rousseau: “Detesto quando falas assim... com essa crueza...
Hume:
Aqueles filhos da puta do Índice Católico-Romano...
qualquer dia proíbem o alfabetismo e a culinária!
Cabrões...
Rousseau: Não sejas assim... o ser humano é intrinsecamente bom!
Hume: Fala por ti que és tão bem artilhado... Ho... isso...!! Meu “bom selvagem”... corrompe-me...
Rousseau: “Não te mexas agora, David, não te mexas que estamos dessincronizados...
Hume: Só espero que a Condessa de Boufflers não desconfie...
Rousseau: Não me fales em gajas! Passam a vida a ficar prenhas, as vacas! Já entreguei cinco putos no orfanato!
Hume: E quem te garante que eu não ficarei prenho de igual forma?
Rousseau: Isso é absurdo! Ias agora parir pelo cú?
Hume:
Quem sabe? Nunca leste o meu Tratado sobre a Natureza Humana? O meu
estudo prova que o princípio da causalidade é
inconsistente. Por mais tipos que tenhas enrrabado sem
consequências de maior, nada te garante que o próximo
não vá inchar. Só provarás que os homens
não engravidam se ficares a enrrabá-los até
à eternidade....
Rousseau: Isso querias tu!...

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quinta-feira, 14 de junho de 2007

HISTÓRIA DA 3a DISPUTATIO

Com aplausos a mesa foi composta,
para logo iniciar aquela proposta.
De uma lado, alunos da acusação,
de outro, a defesa, na contra mão.


O tema do debate:
"VIOLÊNCIA DO MUNDO".
Será que o embate
poderá ir a tão fundo?


Carmelita falou com ardor
quando a sala estava cheia.
Na mesa só tinha "Fessor",
convidado para a ceia.


Na ceia do filosofar:
cogitar, pensar, viver.
Muita coisa foi servida
para todos entender.


A equipe da acusação
logo tomou a fala.
Com palavra de ação
no revólver colocou a "bala".


Filósofos muito aclamados
foram referenciados.
Com Sócrates e "Fucô"
a acusação sua "bala" reforço.


A defesa, seu protetor vestiu,
pois, em apertos, cada um se viu.
O colete a prova de bala
mandou tudo para "PQP".


Com fala leve e mansa
a defesa não se cansa.
Utilizando Foucalt e Gandi
a primeira resposta foi "brilhanti".


Com Kant e sua potência
começou o combate à violência.
Até o barbudo do Max
teve uso para a "pax".


Para a violência, tudo diminuir,
Engels foi preciso citar.
Pois com Nietzsche no falar
a equipe estava a concluir.


Para a defesa: a virtude é o bem;
vida virtuosa e moral.
Tudo isto faz muito bem
para combater todo este mal.


Na defesa apareceu "trem",
para auxiliar também.
Com o apito faz "uííí"
quando se fala em Chauí.


A refrega foi muito legal;
sem ofensas, nem jogo letal.
Sendo o mais importante:
levar o conhecimento adiante.


A acusação manteve afirmação:
"Para a violência não tem salvação;
a Filosofia não tem resposta
para toda esta 'bosta' ".


A defesa continuou na oposição.
E disse: "O ser tem solução.
Se todos utilizarem a razão,
a violência vai parar no chão".


O embate, na seara do filosofar,
a todos fez muito agradar.
Com uns a acusar
e outros a "defensar".


Em momentos acalorados
os ânimos ficam inflamados.
Enquanto fala mansa partiu,
a voz alta e forte surgiu.


Foi jogo de palavrão;
cada um querendo a razão.
No foco: eliminar a violência
para melhorar nossa convivência.


Max e o seu capital.
Isso é que foi legal!
Com a defesa a falar
e seu tempo a finalizar.


A acusação tripudiou
mas, por vezes, resvalou.
Ao contradizer sua ação
afirmando: "a defesa tem razão".


A briga surgiu no ar
quando quem quis acusar
utilizou a palavra "vulgar"
e por ela se viu ultrajar.


A defesa, até pensador esqueceu,
quando a fala deles se aqueceu.
Mas nada disso é desfeita,
pois a defesa foi feita.


Aplausos no fim, teve também;
muita alegria e vai-e-vem.
A mesa dos "Fessor", então decidiu
mandar ACUSAÇÃO para "PQP".


A 3a DISPUTATIO foi real.
Muito rica e de animação geral.
Decidindo dar os ramos da glória
à DEFESA, que teve a vitória.

Luiz Castelar (Jun/07)

quarta-feira, 13 de junho de 2007




POESIA DE ABERTURA DA


3a DISPUTATIO


Um louco transviado,
falando impropérios.
Um louco irado
despejando vitupérios.
Os adultos sorriam,
as crianças também!
Os pais se mordiam,
com olhos assustados, também!



Primeiro surgiu a criança,
no mundo da fantasia.
O pai tomava banho
e a tudo o menino sorria.
Com a espuma da nuvem
na bunda do papai.
Era uma violência,
sem dores e sem ais!

Depois veio a puta,
que chupa e arreganha.
O macho que vinha por cima
e a puta que levava atrás.
Aqui não tinha espuma,
onde tudo era seco.
"Puta não diga ai!"
Violência com dores e ais!

Violência de menos;
violência "demas".
Nosso mundo está maluco,
precisando de muita paz.
Essa foi a singela maneira,
que se pode iniciar o ato,
da maravilhosa 3a DISPUTATIO.


Luiz Castelar (Jun/07)



terça-feira, 29 de maio de 2007

sexta-feira, 30 de março de 2007

Encerramento do evento
Dia 30 Mar 2007 - sexta-feira - manhã

Às 08 horas ocorreu a Comunicação V, com o seguinte:

A liberdade: um raio de luz na política dos "tempos sombrios"
Palestrante: André Luiz de Souza Filgueira

O problema do mal no cenário político contemporâneo: reflexões a partir de Hanhah Arendt
Palestrante: Georgeth Cortez Bitar de Souza

Hannah Arendt: o advento da tecnologia e seu impacto nas relações internacionais
Palestrante: Simone Fernandes Soares

Dia 30 Mar 2007 - sexta-feira - manhã

Das 10 horas às 12 horas aconteceu a Comunicação VI, com:

O cinema como instrumento de reflexão na sala de aula
Palestrante: Maria José Pereira Rocha

Vida e política: breve história de uma inversão de ordem
Palestrante: Daniel Silva Barbosa

O "milagre" da vida em Hannah Arendt
Palestrante: Carmelita Brito de Freitas Felício

Dia 30 Mar 2007 - sexta-feira - noite

Das 19 horas às 21:30 horas ocorreu a Conferência de Encerramento:

Ética e condição humana
Palestrante: Julio Cabrera (UnB)
kabra@unb.br
Doutor em Filosofia (Universidad Nacional de Córdoba, UNC, Argentina)
Coordenadora: Carmelita Brito de Freitas Felício.

A filosofia da existência de meados do século XX (Heidegger, Sartre, Jaspers, e, no Brasil, Vicente Ferreira da Silva) apresentou uma descrição crua e realista da condição humana (com categorias como nada, má-fé, angústia, fracasso, etc.), mas depois entrou num impasse quando tentou edificar uma ética com base nessa descrição. Heidegger pensa, na "Carta sobre o Humanismo" numa "ética originária" e Sartre promete uma ética no fim de O ser o nada, que nunca vem à luz. Simone de Beauvoir tenta algumas reflexões sobre o que seria uma moral existencial, mas não vai muito longe. Sustento que o erro reside em querer constituir uma ética afirmativa sobre uma ontologia negativa, um projeto claramente impossível. A ética mesma deve se tornar negativa.